19 de maio de 2008

Ditadura militar utilizou a EMBRATUR para tentar ocultar a repressão, a tortura e o assassinato

Enviado por João dos Santos Filho - PUC/SP

Dentro da historiografia sobre o turismo brasileiro, existem relações que ainda necessitam ser objeto de investigação pelos estudiosos deste fenômeno, há necessidade de cruzar inúmeras variáveis com diferentes premissas para descobrir e delimitar novos campos de pesquisa, e de imediato pode-se destacar o estudo de duas relações: a primeira, a Ditadura Militar de 1930 e a criação do Departamento de Imprensa e Propaganda – DIP, no governo de Getúlio Vargas; a segunda, o Golpe Militar de 1964 e a criação da Empresa Brasileira de Turismo – EMBRATUR, em 1966, bem como a relação entre ambos os períodos históricos apresentam certa semelhança na forma de como os Estados ditatoriais conduziram o turismo.

Pode parecer, num primeiro momento, algo artificial e sem propósito, mas o aprofundamento de nossas pesquisas vem sinalizando a existência de uma similitude entre esses períodos, e alerta, ainda, para a carência iconográfica da história brasileira que foi deixada e esquecida por interesses de classe. A existência desse material referente à época é rara, pois há entidades e pessoas interessadas em dificultar seu acesso.

Partimos do pressuposto de que o turismo é um fenômeno social, cuja existência surge no interior das necessidades básicas do ser humano e, portanto, passível de estar presente em qualquer sistema econômico e político no percurso do desenvolvimento da humanidade, aparecendo, muitas vezes, com outra designação gramatical e conceitual.

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