24 de agosto de 2008

Promoção: uma ferramenta ou uma arma?

Enviado por Aristides Faria - RH em Hospitalidade

Dando continuidade aos nossos textos, escreverei aqui sobre a promoção do turismo. Há cerca de seis anos fiz um curso com temas ligados ao Turismo (minha formação acadêmica) e a diversos outros, como língua espanhola. Um dos professores, Valdemir, falara naquela ocasião sobre Meio Ambiente. Dentro do contexto ele disse:

- “Graças a Deus que nós temos a sazonalidade aqui na Ilha (de Santa Catarina)!”.
Dentro de um curso de graduação em Turismo, uma das grandes fontes de debate é justamente as estratégias de eliminação do efeito sazonal (extrema baixa no número de turistas durante determinadas épocas) nas cidades, regiões e países. Naquela hora, uns riram, outros ficaram intrigados, outros concordaram. Você concorda? Antes que qualquer reação mais aguda, ele continuou:

- “Se não fosse este período de meio ano para que o ambiente se recuperasse, não restariam mais áreas de restinga, os rios da cidade estariam agonizando e as praias e as lagoas estariam altamente poluídas”.
E agora, você concorda com ele?

A promoção dos destinos turísticos pode ser uma ferramenta ao incentivo do Turismo organizado e profissionalizado, como pode ser, se mal aplicada, uma arma contra o bem estar da população local e à integridade do ambiente (urbano, rural e natural). Comentamos os impactos e benefícios no texto 1, confira!

Acompanhando as propostas para o setor turístico dos candidatos à prefeitura e à câmara para as eleições, fico aterrorizado, apesar de perceber um bom esforço dos principais candidatos para escolher as palavras e as diretrizes de governo.

O assunto predominante é a quebra da sazonalidade. Mas, será que isto é suficiente para a geração de postos de trabalho para pessoas qualificadas, com remuneração justa, que possibilitem visão de carreira e não, simplesmente, de ocupação de temporada? O que importa, definitivamente, é a geração de incentivos aos empresários, criação de regulamentos para utilização dos espaços públicos e conseqüente educação para tal e a fiscalização ao cumprimento de tais condicionantes e às leis já em vigor há tantos anos.

Há candidatos falando em arenas multiuso, centros de convenções gigantescos e empreendimentos fora do comum! Ninguém fala sobre dispersão geográfica de investimentos, interiorização do turismo, aproximação entre comunidade e turista, segmentação de mercado, conservação ambiental, capacitação da mão de obra, contenção dos fluxos migratórios, fluxo circular da renda. É incrível como os projetos arquitetônicos são apresentados à comunidade leiga. Sob aplausos, os candidatos e seus assessores não preocupam-se com os impactos negativos de tais investimentos. Um deles, afirma que a iniciativa privada e o governo estadual irão financiar toda a obra Agora pense:

1. Quem investiu vai querer recuperar o dinheiro acompanhado de um bom lucro em tempo recorde;

2. Os moradores estão entrando nesta sociedade com seus bens mais legítimos: seu território e o comprometimento de sua qualidade de vida.
E o candidato trata este fato como um privilégio! Vai entender...

Aloha!

3 comentários:

Prof. Dr. Aristides Faria disse...

Alô galera!!

Em tempos de corrida eleitoral, esse texto torna-se bastante oportuno!!

Alguém aí tem uma história de política (ou tentativa de criar uma) de turismo para compartilhar?

Grande abraço!!
Aristides Faria

Anônimo disse...

Parece que só sendo turismólogo mesmo para saber da importância de saber planejar adequadamente a atividade turística para que ela seja viável e sustentável. Graças a Deus a Marta Chata saiu do ministério e espero que logo, logo os governantes deste país entendam a verdadeira importância e o significado do turismo para o Brasil, assim como das consequências de um turismo mal organizado.
Parabéns pelo texto Anderson!

Anderson Galúcio disse...

Opa Júlio valeu pelo comentário, mas só pra corrigir:

O texto é de Aristides Farias do blog RH em Hospitalidade.

Abraço e valeu a visita.