30 de março de 2009

O cajueiro de Pirangi sofre intervenção cirúrgica



Sob os olhares curiosos dos turistas que, mesmo na baixa temporada, não deixam de visitá-lo, o cajueiro de Pirangi voltou ontem a sofrer novas intervenções nos galhos secundários mais próximos ao tronco-mãe.

O procedimento, que continua hoje, é conhecido pelos técnicos como “dandro cirurgia” - retirada de material necrosado da árvore, aplicação de fungicida e de uma camada de betume para impermeabilizar a área doente.

Segundo o engenheiro florestal George de Sousa Gila, um dos dois técnicos responsáveis pelas cirurgias na planta, a intervenção foi necessária para evitar que a doença atingisse o tronco-mãe, de onde o cajueiro, hoje espalhado por uma área de 8,5 mil metros quadrados, começou.

Os galhos doentes estão localizados a aproximadamente seis metros do núcleo e exigirá, além da aplicação de fungicida para eliminar a necrose, um preenchimento dos troncos tratados. Isso pode usar, com material, argamassa, concreto armado ou um composto químico.

A doença começou depois que um tipo de besouro se instalou nos galhos, abrindo caminho para a doença. Estima o engenheiro florestal George Gila que, se nada fosse feito, em dois anos no máximo o tronco-mãe estaria comprometido, pondo em risco todo o delicado sistema do cajueiro.

O tratamento, que continuará pelos próximos dois ou três finais de semana, intervirá em 22 lesões mais próximas ao núcleo. Até ontem, contando com o trabalho feito no último final de semana, nove dessas pequenas cirurgias já haviam sido realizadas.

Curiosidade

Toda a área atendida foi demarcada, mas isso não impediu que os turistas se aproximassem para ver o que acontecia. “Eles fazem muitas perguntas, acompanham tudo o que está acontecendo”, diz Thiago Barbosa Lima, o outro engenheiro florestal encarregado da intervenção no cajueiro.

Todo o procedimento irá custar à Associação dos Moradores de Pirangi do Sul R$ 6 mil. Segundo o presidente da AMPS, Francisco Cardoso Neto, “as operações nos galhos do cajueiro refletem toda a preocupação da comunidade com um dos maiores símbolos turísticos do Estado, do Nordeste e do Brasil”.

Ele acrescentou que, em breve, começa o estudo que pretende fazer um novo levantamento de todo o cajueiro, incluindo tamanho total, peso e outros detalhes, tendo em vista sua reinscrição no Guiness book, o livro dos recordes.

Outra prioridade da Associação dos Moradores de Pirangi do Sul é trabalhar pela realização de um segundo plano de manejo do cajueiro, melhorando as condições gerais que cercam o patrimônio natural e turístico.

Segundo Francisco Cardoso Neto, a proposta da Associação para o crescimento físico do cajueiro continua a mesma: suspensão dos galhos para retardar sua expansão até a pista. “Continuamos não querendo nem ouvir falar de poda”, insistiu.Antes de concluírem o tratamento, os técnicos responsáveis pelo socorro ao cajueiro realizarão um trabalho de acabamento, pintando as áreas tratadas com uma tinta especial para camuflar os reparos. “Não queremos que os turistas identifiquem as áreas operadas”, garantiu o engenheiro florestal George Sousa Gila.

Até ontem, o desvio que o DER quer fazer para aliviar o trânsito na área do cajueiro ainda não havia entrado em vigor. Por enquanto, segundo o presidente da Associação dos Moradores de Pirangi do Sul, o trânsito por ali não tem criado transtornos com a queda da circulação de veículos na baixa temporada. “Mas a medida, que está longe de ser uma solução definitiva, ajudará muito o trânsito por aqui”, observou.

Fonte: http://tribunadonorte.com.br/noticias/105017.html

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