1 de dezembro de 2008

Terrorismo não deverá afetar turismo na Índia, dizem profissionais

Os atentados desta quarta-feira (26), em Mumbai, Índia, que mataram ao menos 195 pessoas, tiveram como alvo diversos pontos comumente freqüentados por turistas e, com isso, dezenas de estrangeiros acabaram reféns dos terroristas em dois luxuosos hotéis da cidade. Contudo, os acontecimentos desta semana devem ser entendidos pelos turistas como um caso isolado e não terão efeito duradouro no setor que tem papel crucial na economia indiana, na opinião de profissionais do setor.
"É claro que os ataques terão um efeito negativo em curto prazo, mas as pessoas não devem sentir que a Índia não é um país seguro. Um ataque terrorista pode acontecer em qualquer lugar do mundo', afirmou Hemendr Sharma, consultor da empresa de turismo indiana SITA, em entrevista concedida por telefone à Folha Online.

A brasileira Márcia Sztajn, gerente do departamento de produtos exóticos da empresa de turismo Queensberry, que organiza viagens ao país, reconhece que os atentados assustaram os turistas, mas ressalta que a Índia continua um destino seguro.

"Apesar das graves conseqüências dos ataques, os indianos foram eficientes ao nos deixarem informados de tudo que acontecia. Em poucas horas, a Queensberry sabia quem eram todos os seus clientes no país, já havia alertado às embaixadas e redirecionado os turistas para que pegassem vôos em outros aeroportos", disse Sztajn, que não quis dizer se havia clientes da empresa entre os atingidos pelos ataques.

"Isto só prova a enorme eficiência da Índia e como o turismo lá tem uma estrutura profissional e serviço de alta qualidade que não deve nada a outros países. A Índia continua um destino muito mais seguro que São Paulo ou o Brasil", compara a gerente.

"Isto só prova a enorme eficiência da Índia e como o turismo lá tem uma estrutura profissional e serviço de alta qualidade que não deve nada a outros países. A Índia continua um destino muito mais seguro que São Paulo ou o Brasil", compara a gerente.

As ações terroristas coordenadas, levada a cabo na última quarta-feira (26) em Mumbai, capital financeira da Índia, concentraram-se em regiões nobres da cidade, onde ficam dois dos mais luxuosos hotéis: Taj Mahal e Oberoi Trident, além do aeroporto internacional. Explosões também foram registradas em outros pontos, como a estação de trem Chhatrapati Shivaji, uma das mais movimentadas da Índia, um cinema, delegacias, um hospital que atendia feridos nos ataques e o popular Café Leopold, freqüentado por turistas e gente de Bollywood, a indústria cinematográfica indiana.

Embora seja um dos maiores atentados da história indiana, Sharma lembra que esta não é a primeira vez que a Índia foi atingida por ataques terroristas. "Nós não paramos completamente por causa dos ataques e a vida sempre volta imediatamente ao país. Os indianos estão acostumados com esta situação. Eles não deixam de visitar, por exemplo, a Caxemira, que sofre com conflitos étnicos há décadas."

Os efeitos dos atentados devem ser ainda menores porque o alvo foi Mumbai, centro financeiro da Índia e local onde o turismo é, essencialmente, de negócios. "Os turistas de Mumbai são homens práticos e que não prejudicarão seus negócios pelo atentado", diz o consultor indiano que prevê uma queda na procura do destino até, no máximo, meados de janeiro que vem.

Sharma ressalta ainda que o turismo na Índia foi mais afetado pela crise financeira global do que pelos acontecimentos desta quarta-feira (26). "Neste momento, nosso maior problema é a crise financeira."


Natal

A maior preocupação do mercado de turismo é de que os ataques ocorreram próximo ao final do ano, uma das principais épocas de viagem para boa parte dos turistas, incluindo os brasileiros. Contudo, Sztajn conta que um pequeno número de clientes cancelou viagens marcadas para dezembro.


"O mercado brasileiro está amadurecido e reagiu bem aos ataques. As pessoas que vão nos próximos meses para a Índia planejam a viagem com muito antecedência e não estão dispostos a abrir mão dos planos por causa de um fato isolado", disse. Os efeitos são ainda menores porque Mumbai --e o sul da Índia como um todo-- são um destino ainda desconhecido pelos turistas brasileiros que preferem as paisagens do norte do país.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u473030.shtml

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